" Quando eu comia compulsivamente, me sentia possuída. Eu queria ser magra, queria amar, queria criar, mas a compulsão queria me destruir, devastar, aniquilar. Quando comia compulsivamente, eu não me importava com mais ninguém. Houve momentos em que, se algo ou alguém estivesse entre mim e a comida, eu sentia como se pudesse destruí-lo. Matar alguém. E, quando parava de comer compulsivamente e analisava os danos - a comida que tinha comido, a urgência com que comi, o completo desprezo por qualquer pessoa que tivesse visto antes ou durante a comilança - , eu ficava assustada. A compulsão parecia ter uma mente própria, uma voz própria, uma vontade própria...
...Quando sofremos de compulsão alimentar, recriamos os sentimentos familiares de não termos controle, ficamos assustados, frustados e indefesos, mas, dessa vez, os sentimentos são restritos a uma esfera pequena e muito mais segura: o alimento que entra em nossas bocas, o peso que carregamos em nossos corpos... "
- Descobrindo o prazer além da comida por Gennen Roth
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